segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

5ºDia (12 de Junho 2010)

Hoje faço anos, é verdade e estou a bordo e sem possibilidade de contacto com a minha família, mas quase que nem dei pelo dia passar, isto é, o dia foi tão bom e tão preenchido que nem dei conta que hoje era o meu dia de anos. Sinto que ainda nem fiz ¼ das coisas que tinha imaginado já ter feito com a minha idade. Mas fiz outras que nunca, jamais na minha vida, tinha imaginado fazer, como por exemplo esta viagem que é um belo presente de aniversário.
Agora surge-me outra dúvida: a bordo ninguém sabe que eu faço anos hoje. O que devo fazer: devo contar ou não?
Já jantamos, não disse nada… foi um dia de anos diferente...
Bom mudando de assunto, hoje saímos por volta das 9/10h e seguimos para terra a bordo do Vera Cruz auxiliar (bote) quando chegamos verificámos que existiam duas equipas a trabalhar e nós deixámo-nos ficar lá junto dos grupos de trabalho que estavam a fazer a triagem.
Transporte para a Ilha, bote Vera Cruz Aux.
Lista dos organismos “identificados” /dados recolhidos durante a triagem:
Triagem da amostra: todas as algas vão ser prensadas (vai ser feito um algário em triplicado) sejam identificadas ou não. Filamentos não identificados vão para a sílica para amostras celulares. Para todas as algas recolhidas é registada uma entrada no livro de registo que existe para esse efeito. Os bichos também se separam e são guardados em álcool a 70%. Os gastrópodes eram conservados em água do mar pois estes eram logo (no mesmo dia) observados e identificados (pela Mónica).




Algário.
Foto de Carla Pacheco
O nosso "laboratório" de triagem era assim.
Foto de Carla Pacheco.
Todas as recolhas são identificadas por uma etiqueta, escrita a lápis, para não se apagar com o álcool, com a seguinte legenda, para os bichos: S10-p1-IT2C4B6, (S10: Selvagens 2010; P1: pequena amostragem 1; IT2: grupo Intertidal 2; C4: quadrado 4; B6: bicho número 6). Cada vez que se mudava de quadrado o número dos bichos voltava ao 1.

Quadrados de amostragem. Gastrópode Osilinus atratus selvagensis
Foto de Madalena Fonte
A legenda das algas era ligeiramente diferente: Selp -10-01 (Selp: Selvagem Pequena; 10: Ano; 01 número da amostra no livro de registos).


Local onde realizamos as triagens das amostras na Selvagem Pequena.
Foto de João Lúcio
Um dos caranguejos (Grapsus grapsus adscensionis) apresenta duas cores consoante é macho ou fêmea: Vermelho – Macho; Preto - Fêmea (mas fica vermelha na época da reprodução).
Cnidários aequabilis (zona intertidal) – endémico da macaronésia
Organismos: 
Algas: Padina Pavonica, calcomenia;
Bichos: Cracas (Chthamalus stellatus), Poliqueta, Gastrópodes, Cnidários, Isopodes, Lapas, Liturinas, Caranguejos, Amphipodas, Copepodes.

Isto é que é qualidade de vida.
Os cientistas tinham o seu acampamento junto ao " local de  trabalho"
Eu e a Madalena aproveitámos também (mais por iniciativa da Madalena) para retirar alguma bibliografia, temos o nome de 2 ou 3 livros fantásticos que permitem a identificação de espécies do intertidal.
Durante um dos banhos aproveitei para tirar umas fotos a um aspecto particular da rocha que apesar de ser de origem vulcânica têm um aspecto em bolinhas todas unidas umas às outras.


Bolinhas "misteriosas".
Bom ainda não falei de como é a Ilha Selvagem Pequena, é um local fantástico cheio de rochas vulcânicas e estranhamente com algumas rochas sedimentares. Tem apenas uma pequena estrutura em madeira onde estão os vigilantes da natureza (apenas uma parte do ano) quanto ao resto temos rochas, alguma areia, vegetação rasteira e muitas aves a nidificar…infelizmente tem também muito lixo…

Algumas fotos da Selvagem Pequena

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